O caos era de prever. A associação GRIPE+COVID nunca seria uma associação "inocente". Como se isso não bastasse temos surtos de pneumonia por legionella.
Os primeiros sinais e sintomas dessa pneumonia são exactamente os mesmos da COVID e das outras pneumonias. Trata-se de uma pneumonia que pode ser muito grave, que vai necessitar de cuidados intensivos e sobrecarregar ainda mais as equipas de saúde.
Neste momento deveria ser considerada a união de todos os esforços disponíveis e deveriam terminar com a testagem em massa que espolia os recursos humanos e impede a organização dos meios destinados ao apoio das populações atingidas.
Não é possível impedir a 100% o contágio pelo SARS-COV-2, como não é possível impedir o contágio na gripe. São vírus que "vieram para ficar" e temos que saber lidar com eles. As directivas para controlo da situação são más, levam à dispersão dos meios humanos disponíveis, médicos e enfermeiros ocupados a controlar por telefone os cerca de 75 mil positivos que se encontram a domicílio, a maioria assintomáticos ou com sintomas ligeiros, enquanto o País está a braços com gripe+COVID+Legionella+todas as outras pneumonias habituais provocadas por bactérias e vírus diversos.
Neste momento não é a testagem que é importante, não é o Nº de positivos que é mais importante, não é o Nº de óbitos com teste positivo que é mais importante.
Este é o momento para agir segundo os princípios da Medicina de Catástrofe: salvar o máximo Nº de vítimas no mínimo espaço de tempo. Para isso não podemos dispersar meios com testagens inúteis onde se encontram "positivos+falsos positivos" a que chamam de imediato "infectados" dos quais 97% ficam em casa, à espera dos 10 dias para serem libertados e nem precisam de teste (4795 "libertados ontem"!).
De que serve termos 77338 doentes activos se só 2742 estão hospitalizados? Para parecerem muitos?? A maioria dos que estão a domicílio ou não têm sintomas ou têm uma síndrome gripal, caso contrário estariam hospitalizados.
Neste momento interessa unir todos os esforços para socorrer os que têm verdadeiramente sintomas e sobretudo não descurar as outras patologias. Parar o rastreio de cancro terá um custo elevadíssimo em 2021 pois vão-se perder muitas vidas que poderiam ter sido salvas. A mortalidade por cancro vai aumentar muito.
A organização correcta dos socorros é primordial e o que vejo é o caos, são políticos a tentar gerir uma crise de saúde sem nada perceberem de saúde, testagens espoliadoras de recursos humanos e laboratoriais originando uma enormidade de positivos sem doença mas que monopolizam esses mesmos recursos... não quero referir comentários sobre o "estado de emergência" ou o "recolher obrigatório"
É triste..