Se existe algo de que eu esteja realmente convencido é da minha própria existência. Mas existe um enganador de poder e astúcia supremos, que está deliberada e constantemente me confundindo. Neste caso, e mesmo que o enganador me confunda, sem dúvida eu também devo existir… a proposição "eu sou", "eu existo", deve ser necessariamente verdadeira para que eu possa expressá-la, ou para que algo confunda minha mente. Penso, logo, existo (em latim: cogito, ergo sum)
Já alguma vez duvidaram da realidade do que vos rodeia? Já alguma vez duvidaram do vosso raciocínio e das vossas decisões? A resposta de uma pessoa psiquicamente normal é SIM.
Sim, todos duvidamos de nós próprios, do nosso raciocínio, das nossas decisões. Muitas vezes nos encontramos na dualidade... é verdade ou mentira? faço ou não faço? digo ou não digo? vou ou fico? Algo dentro de nós está constantemente a pôr em dúvida a nossa percepção da realidade, a tentar confundir-nos, a tentar baralhar o nosso raciocínio e pôr em causa constantemente as nossas decisões.
A este fenómeno chamou Descartes de "Dúvida Metódica".
A "Dúvida Metódica" é a base na qual assenta a investigação científica e o conhecimento humano. Se não duvidarmos constantemente cairemos em todas as armadilhas do conhecimento e passaremos da ciência à ilusão.
Porque razão vos falo disto?? Porque, apesar do que vos escrevo quase todos os dias, eu sou assaltada constantemente por essa dúvida que faz parte do método científico.
Já repararam que nunca fiz um artigo sobre a eficácia das máscaras. É verdade! Ao usar o princípio da dúvida metódica verifica-se que não há bases para resolver essa dúvida. Uns apresentam provas a favor da protecção que elas fornecem mas nas conclusões não se privam de mencionar as suas dúvidas e os "MAS" surgem com frequência. Outros afirmam que não nos protegem e apresentam igualmente provas concluindo igualmente com "MAS" que lhes fornece uma tábua de salvação e os defende das afirmações categóricas que poderiam num futuro próximo ser consideradas falsas. Então o que há com as máscaras que leva a que uns sejam a favor e outros contra? Quando as provas são dúbias socorremo-nos da lógica. E a única lógica que não deixa dúvidas é que tapando os orifícios das vias respiratórias com um objecto não enviamos gotículas de saliva para quem está próximo de nós quando falamos, tossimos ou espirramos. Mas também impedimos que respiremos o ar puro pois estamos constantemente a inspirar uma parte do ar que foi expirado. Protegemos os outros mas prejudicamo-nos a nós próprios. Aqui podemos levantar mais dúvidas... aquele "algo dentro de nós" volta a tentar confundir-nos e lança a questão do altruísmo e do egoísmo! Quem é mais importante? Nós ou os outros? Porém cada um de nós é um "outro" para o nosso semelhante... e entramos num círculo vicioso. A dúdiva persiste, persistirá e ninguém poderá resolvê-la a não ser que... e este "a não ser que" continua a ser uma dúvida.
Este é um exemplo do que sofre um verdadeiro cientista no seu laboratório! Durante todo o seu trabalho é assaltado por dúvidas e a cada vez tem que se socorrer de bases científicas incontestáveis para rebater essas dúvidas. Se não encontra essas bases científicas incontestáveis então não poderá continuar a sua investigação pois ela assenta em areias movediças. O caso das máscaras é um exemplo.
Fui assaltada por essa dúvida metódica desde o início da pandemia e não só pus em causa a sua veracidade como pus em causa o meu raciocício; neste últimos dois dias essa dúvida voltou a atormentar-me... Tentei encontrar bases sólidas sobre as quais me apoiar. O que encontrei??
- Um exame de laboratório domina a clínica, não existente na grande maioria dos casos. Desde o início, os chamados "infectados" nunca foram objecto de uma consulta clínica a não ser que estivessem verdadeiramente muito doentes, no caso concreto com penumonia. O desempenho correcto da Medicina segundo as normas (leges artis) impõe que o médico, depois de interrogar e examinar o seu paciente e colocar as hipóteses de diagnóstico, peça os exames laboratoriais que achar convenientes para esclarecer o diagnóstico. Isto aprende-se na Faculdade, é uma das bases fundamentais da Medicina, incontestável. Este desvio do estudo normal de um paciente tem vindo a ser muito frequente no dia a dia, em todas as patologias, devido à falta de tempo e falta de médicos. Rapidamente se pedem todos os exames que possam "cobrir" todas as hipóteses diagnósticas mesmo sem se ter interrogado correctamente o paciente sobre "como, onde e quando". Uma sobrecarga financeira imensa para um SNS, dinheiro gasto em exames inúteis que não teriam sido pedidos se o paciente tivesse sido interrogado e examinado correctamente.
- Esse exame de laboratório apesar de muito útil em investigação não preenche os critérios de especificidade para rastreio numa pandemia. No início, mal ou bem, foi útil pois estivemos perante um surto de pneumonias graves e facilmente transmissíveis. Porém, quando a prevalência baixou e se decidiu, por influência da OMS, aumentar enormemente o número de testes diários, o número de falsos positivos aumentou para valores nunca imaginados. Foi neste momento que os cientistas decidiram actuar. Tarde demais, o mal está feito. Não compreendendo o âmago do problema (abstenho-me de pensar sobre possível corrupção), os governos espalharam o pânico nas populações apesar das incongruências que são o enorme número de assintomáticos. O caos espalhou-se nas escolas, nas fábricas, nos escritórios, as pessoas foram impedidas de trabalhar, de viajar, de socializar, de viver! Espalhou-se a ideia que os assintomáticos eram transmissores e mesmo que poderiam vir a sofrer de sequelas graves (baseados em artigos controversos, muitos dos quais nunca sujeitos a reivsão por pares, "peer review")
- Mas aos dois argumentos precedentes, já suficientes para aliviar as minhas dúvidas veio juntar-se a maneira como codificam os mortos (ler o artigo aqui)! Morra do que morrer, se o tal extraordinário teste laboratorial for positivo, a morte é considerada como devida ao tão temível vírus! Depois, se houver tempo, excluem-se os acidentes e os enfartes de miocário. As autóspias foram desaconselhadas pela OMS pois seriam um perigo para os profissionais.
- Não contentes com isso, foi decidido testar os cadáveres (ler o artigo aqui)! O número de mortos disparou aumentando o pânico nas populações. Aqueles que perderam um ente querido realmente devido a esse vírus reclamavam contra os que duvidavam: "se acontecesse na sua família pensaria de outro modo"... a raiva e o ódio aumentou com base na ignorância de um povo bem intencionado mas sem bases científicas para avaliar a situação.
- As mortes sempre incidiram predominantemente nos grupos etários mais idosos e é muito frequente dizer-se "há x... infectados no lar... onde já faleceu um idoso de 96 anos". Assim foram definidos os grupos de risco: os doentes graves seja qual for a idade, com sistema imunitário deprimido, e sobretudo os muito idosos. Parece que esquecem que mesmo sem vírus, esses grupos já estavam em risco e que à medida que a nossa idade avança, se excluirmos doenças pré-existentes e acidentes, o risco de morte aumenta. Não vivemos até aos 150 anos, a nossa vida está progamada para, no máximo, chegar aos 100 anos e são raríssimos os que conseguem ultrapassar esse limite.
- Para proteger os idosos isolaram-nos, as visitas foram proibidas, o amor e carinho dos seus filhos e netos foi-lhes negado. Um idoso não sobrevive ao isolamento e à depressão! (ler o artigo aqui)
Sim, devo confessar, estas bases são sólidas e o meu raciocínio está correcto. Desfiz as dúvidas que me assaltaram. Há algo muito errado em tudo isto e esse algo ultrapassa a minha competência para o resolver.
Bem hajam por me lerem.