Em que ficamos? Estamos melhor, estamos pior ou estamos na mesma? Como podemos avaliar a situação? Os números não param de jorrar nos noticiários!!! Tantos positivos! Tantos óbitos! Tanto de tudo quanto é mau!
Como se isso não bastasse, para angustiar ainda mais, mostram imagens de arquivo, imagens de UCI que deveriam ser proibidas pois são imagens que incomodam muita gente que não está habituada a presenciar esse ambiente de trabalho. Há pessoas que desmaiam só por ver uma gota de sangue, imaginem o que é ver pessoas entubadas, com circulação extra-corpórea! O leigo não sabe que essas pessoas não estão conscientes, que estão em coma induzido!
O povo julga que essas pessoas estão num sofrimento atroz!!! Veem pessoas deitadas em decúbito ventral (sobre a barriga) julgam que têm que estar nessa posição e que é incómodo! Nada disso! A posição tem que ser mudada periodicamente para que não haja zonas comprimidas a nível dos pulmões. É para alívio do paciente e não para mortificar o paciente. Enfim a comunicação social está a fazer um horrível trabalho, induzindo em erro e alarmando a nossa população que desconhece o ambiente dentro de um hospital e muito menos dentro de uma UCI.
Vejamos como analisar a situação com os dados que nos foram fornecidos ontem.
Comecemos pelos óbitos
Como podemos avaliar a influência que a covid está a ter sobre a mortalidade em Portugal se sabemos Como se Codificam os Óbitos???? E quando sabemos que quase todos os cadáveres são testados à procura de positivos? Porque como podem ler no artigo do link há normas para a testagem no cadáver! E essas normas deixam prever que só em poucas situações é que o cadáver não é testado. Assim, seja lá qual for a causa da morte, se o teste PCR for positivo é uma morte COVID.
Conclusão:
Não podemos valorizar cientificamente o número de mortos porque um número indefinido faleceu por outras causas.
Vejamos os positivos confirmados
- Serão todos verdadeiros positivos? Quantos serão os falsos positivos? Porque nenhum teste é 100% fiável e muito menos o teste PCR
- Em que momento, em relação ao aparecimento do 1º sintoma foi feito o teste? Se foi depois do 8º dia dos sintomas já o positivo não é transmissor do vírus (ao 10º dia sem sintomas já é considerado curado). Ora nós sabemos que a logística impede que a testagem se faça rapidamente e as pessoas esperam muitas vezes 8 dias para conseguirem fazer o teste. Quando o fazem já passaram o pico de carga viral e já contagiaram os que os rodeiam.
- Assim não sabemos quantos são os verdadeiros positivos, nem sabemos se ainda contagiam ou não.
- Dizem-nos que são positivos, avolumam o saco já cheio desde Março mas não há conclusões precisas que possamos tirar desse número
E os recuperados? Que ilacções podemos tirar?
Todos os dias são uns poucos milhares! Desde o dia 1 de Novembro, todos os dias, em média temos cerca de 5.000 recuperados! E felizmente pois há um equilíbrio entre as entradas e saídas, é como o saldo bancário... há sempre um pequeno saldo positivo! Neste caso ser um saldo positivo não é o ideal pois são doentes e desejariamos que não houvesse doentes. Mas vamos analisar este saldo nos doentes hospitalizados
Doentes Hospitalizados em Enfermaria
- Parecem muitos! Temos hoje 2.817. Segundo o nosso PM referiu na entrevista na TVI, o nosso SNS tem 17.000 camas em enfermaria. Claro que esses doentes têm que ficar isolados. Haver rotura ou não depende da organização do hospital que os recebe! se reservam 20 camas para COVID, claro que com 18 doentes ficam em rotura pois só há mais uma disponível. Quando vos dizem que 90% das camas estão ocupadas deveriam dizer quantas são as camas pois como vimos acima em 20 camas, se houver 18 doentes existe 90% de ocupação.
- Há outro problema: são as hospitalizações sociais.
- São pacientes que não têm onde fazer o isolamento e são hospitalizados até se encontrar o local apropriado
- Pacientes que tiveram alta mas que não têm para onde ir (isto sempre existiu e não é só em Portugal) Calculam-se cerca de 300 pessoas nestas condições.
Conclusão:
Sim temos 2.817 hospitalizados em enfermaria, nem todos verdadeiramente doentes, que lá estão por razões sociais, o que sempre existiu.
Doentes nas UCI
É aqui que deve residir a nossa preocupação pois dos hospitalizados entre 15 e 16% estão nas UCI. Hoje são 525. Foram reservadas 704 camas para doentes COVID sem perturbar o funcionamento normal dos hospitais (palavras do PM). Perturbando temos 900 para estes doentes. Esperemos nunca chegar lá. Mas não devemos esquecer que muitos doentes estão nas UCI não exclusivamente por COVID mas sobretudo por problemas de co-morbilidades que exigem o seu internamento nas UCI, O facto de terem um teste PCR positivo complica a organização dos serviços. Porém isto é uma realidade com a qual, em qualquer momento um hospital tem que lidar.
Não podemos nada contra isto, é a altura das gripes (apesar da falta de diagnóstico) e pneumonias seja com COVID ou sem COVID.
Que conclusão podemos tirar?
Não estamos em catástrofe. Na minha opinião pessoal as medidas tomadas são desproporcionadas e lesam a economia, as famílias, destroem as empresas e levam ao desemprego pois sem patrões não há empregados.
Baseiam-se num chorrilho de números e no fim reduzimo-nos a pouco mais de 500 verdadeiramente doentes que estão nas UCI e mais uns 2.817 em enfermaria que terão alta em breve. Sabemos que 96% dos doentes activos estão em casa recuperando de uma síndrome gripal seja por que vírus for mas clinicamente é uma sindrome gripal. Muitos nem sintomas têm, muitos serão falsos positivos porque isso existe, e muitos têm sintomas de uma simples constipação.
Sem medos, sem angústias, continuem a ter os vossos cuidados mantendo uma distância segura da pessoa com quem falam, não confiem demais nas máscaras mas sim na distância física e mantenham as vossas mãos sempre bem lavadas com água e sabão.