ÓBITOS NOS GRUPOS ETÁRIOS ACIMA DOS 55 ANOS

Tento nesta publicação avaliar o excesso de óbitos, desde 1 de Março, depois de excluídas as mortes COVID nos grupos etários a partir dos 55 anos. 

À partida temos um problema na definição dos grupos etários, havendo na DGS grupos dos 50-59, 60-69, etc. e na SICO 55-64, 65-74, etc. Isto NUNCA deveria acontecer pois impossibilita estatísticas precisas. Há uma diferença de 5 anos. Tive portanto que assumir que os grupos COVID são iguais aos da SICO para poder avaliar o excesso de 2020 em relação a 2019. Incluo no grupo dos 55-64 os óbitos COVID ocorridos entre os 50 e 54 anos o que aumenta discretamente as mortes COVID mas que pouco influencia a análise.

55-64 anos  65-74 anos 75-84 anos ≥ 85 anos TOTAL
2019  6.391 11.253 21.224 30.444 69.312
2020 6.546 11.976 23.794 35.044 77.360
excesso 155 723 2.570 4.600 8.048
COVID  106 299 708 2.399 3.512
Exemplo
(nas 24h de 16-Nov)
2 3 21 55 81

Em relação a 2019, há um excesso de significativo de óbitos, 4.536, acima dos 55 anos, depois de termos excluído os 3.512 COVID.

Sabendo que o "rótulo"  "morte COVID"  não corresponde à causa da morte mas à presença de um teste positivo antes ou depois da morte este excesso é de certo muito mais relevante.

Estes são os grupos etários que mais necessitam de protecção e cuidados médicos para as patologias que os afectam e que lhes são dificultados pelas medidas que têm sido tomadas.

A dispersão dos meios humanos disponíveis, com médicos e enfermeiros ocupados a controlar por telefone os cerca de 75 mil positivos que se encontram a domicílio, a maioria assintomáticos ou com sintomas ligeiros, impede a concentração dos esforços para a protecção destes grupos etários.

Como vemos não se trata só dos idosos com mais de 85 anos, cuja esperança de vida já é curta, trata-se sobretudo de pessoas entre os 55 e os 80, já não são só os nossos avós mas os nossos PAIS que estão a ser atingidos por falta de apoio do SNS às suas patologias. 

Outro erro que enviesa as estatísticas é a testagem compulsiva da população activa, (no passado dia 13 foram efectuados 49.523 testes!!!) em escolas, empresas e qualquer outro aglomerado trabalhador onde um indivíduo teste positivo. Quando a população de testagem não é aleatória não se pode dizer que estão a ser atingidos predominantemente os grupos dos 20 aos 59 anos. Assim esse gráfico da DGS pouco valor estatístico tem.

A ausência de medidas adequadas prejudica grandemente toda a população não só sob o ponto de vista sanitário (sobretudo as neoplasias e doenças cardio-vasculares) mas também leva à destruição económica das empresas, perda de postos de trabalho e completo desequilíbrio financeiro dos agregados familiares.

Data: 
17 Nov, 2020
1,014 leituras